Aguento

14-06-2012 10:08

 

Eu aguento que a poesia se cale

e ninguém comente.

 

Eu aguento que a dor de outrora

dê lugar ao contentamento.

 

Eu aguento que a alegria insípida

não me dê versos e nem rimas.

 

Eu aguento que meus desabafos

não façam eco,

que não desagradem e nem agradem.

 

Eu aguento uma focinheira na minha ansiedade.

Controle no meu pensamento.

desisto. Desisto e desisto.

Mas permaneço aqui imóvel,

vez ou outra cuspo minhas verdades.

 

Já sei o que me protege: eu não sou eu, no fim das contas.

E vocês dizem nada (ou se calam) diante de ninguém,

afinal!