Alívio
Quando eu for mais velha
e a maturidade mostrar o ar da sua graça,
eu devo considerar que todas as coisas estão no seu devido lugar.
Que todas as coisas feitas e as não feitas foram necessárias.
E que tudo aconteceu como deveria ter acontecido.
Porque este deve ser o grande tesouro dos cabelos brancos e da pele flácida.
Mais tolerância com os outros e consigo mesma.
Menos cobranças e mais empatia.
Procurei um mote pro meu desejo de expressão e encontrei: empatia.
Eu amo ser agraciada (isso vez ou outra acontece) com a empatia.
Eu me sinto como o outro, enxergo como ele enxerga, escuto como ele escuta,
percebo como ele percebe, desejo como ele deseja, me inspiro com o que ele se inspira,
temo o que ele teme, me assombro diante das coisas que nele causam este efeito.
Eu quase sou o outro, tão próximo que estou de quem ele é.
E é nessa hora, que só pode ser divina, presente do próprio Deus, Ele em pessoa,
que eu posso perdoar.
Ai, alívio.