Alívio

03-05-2011 11:01

 

 

Quando eu for mais velha

e a maturidade mostrar o ar da sua graça,

eu devo considerar que todas as coisas estão no seu devido lugar.

Que todas as coisas feitas e as não feitas foram necessárias.

E que tudo aconteceu como deveria ter acontecido.

 

Porque este deve ser o grande tesouro dos cabelos brancos e da pele flácida.

Mais tolerância com os outros e consigo mesma.

Menos cobranças e mais empatia.

 

Procurei um mote pro meu desejo de expressão e encontrei: empatia.

Eu amo ser agraciada (isso vez ou outra acontece) com a empatia.

Eu me sinto como o outro, enxergo como ele enxerga, escuto como ele escuta,

percebo como ele percebe, desejo como ele deseja, me inspiro com o que ele se inspira,

temo o que ele teme, me assombro diante das coisas que nele causam este efeito.

Eu quase sou o outro, tão próximo que estou de quem ele é.

E é nessa hora, que só pode ser divina, presente do próprio Deus, Ele em pessoa,

que eu posso perdoar.

Ai, alívio.