Duas mulheres

15-11-2011 16:47

 

 

Eram duas mulheres.

Duas mulheres marcadas por um encontro inusitado, surpreendente.

Duas mulheres forçadas a se entenderem depois de terem se odiado um dia.

Um dia nem tão distante assim...

Eram duas pessoas aprendendo a se conhecerem, a entenderem seus modos de ver o mundo e de lidar com ele.

Elas deram passos corajosos, um de cada vez.

Cada uma delas esperou, da outra, que lhe desse motivos para confiar.

Estavam ansiosas, cada uma do seu próprio jeito, de mostrarem sua alma límpida, sem segredos, mas eram cautelosas, porque as feridas estavam, ainda, se fechando.

 

De um modo curioso, elas guardavam a esperança de que a cura, no fim das contas, viesse da outra, do que ela pudesse dizer e fazer. Como se aquele que fere também entendesse de como sarar os machucados.

As duas entendiam bem de feridas e estavam dispostas a enterrar tudo que causasse dor.

 

Agora queriam plantar roseiras, onde antes estava escuro e sombrio. E começar de novo, de um novo ponto.

É claro que também havia medo. Medo do que se sentia. Medo do que não se entendia. Medo do que se lembrava de outrora.

Mas a coragem vencia o medo e elas estavam arriscando confiar. Na outra e nelas próprias.

“Se posso confiar em você que aceitou esse desafio e expôs parte de você, também confio em mim e sei que não vou sucumbir”.

 

E se entenderam mais e buscaram mais e mais aprenderem sobre si mesmas. Sobre o que as move, o que as amedronta, o que as fortalece. Sobre como funcionam.

O que elas selaram foi mais que um acordo de paz. Subiram mais um degrau na empreitada que se conhece como vida. E ficaram maiores e se acharam melhores do que já foram um dia. E se enxergaram mais perto de Deus.