Poema de fim de mundo ou razão da minha poesia

Em poema de fim do mundo

cabe todo exagero,

descontrole,

agonia.

Se o mundo acabar, não tem o dia seguinte.

E o aqui agora ganha aquela intensidade que nos faz olhar as coisas sem futuro.

Sem cautela,

sem medo,

sem planejamento.

Desse jeito é que se fosse o fim do mundo mesmo,

eu te contaria todos os meus segredos.

Sem contornos.

Nada pontuado e medido.

Tudo dito.

Com o que a palavra é capaz de dizer...

Diria,

como se quisesse me livrar de um engasgo,

que o que nasceu em mim

é a coisa mais linda dos últimos tempos.

A razão da minha poesia.