Teste de 16/01/2012
Ninguém arriscou na Lya Luft, mas esse poeminha com um tom levemente pessimista é dela. Seu título é Dança lenta e eu o copiei do livro "Para não dizer adeus".
"Não somos nem bons nem maus
somos tristes. Plantados entre chão
e estrelas, lutamos com sangue,
pedras e paus, sonho
e arte.
Nem vida nem morte:
somos lúcida vertigem,
glória e danação. Somos gente:
dura tarefa.
Com sorte, aqui e ali a ternura faz parte".
E pra não dizer que ela vê o mundo em preto e branco (mais preto que branco), como pode parecer, eu transcrevo outro poema que diz exatamente o que eu sinto, mesmo quando uso a caneta da tristeza e da solidão:
"Semântica
Não se enganem comigo:
se digo sul pode ser norte,
chego, mas fico ausente,
o triste é também o belo,
procuro o que não se perde
nem se pode encontrar.
Buscar respostas nos livros
é esconder-se entre linhas.
Não creio no que se enxerga,
mas nisso que se disfarça
por mais que se tente olhar:
assim me tem seduzida".
Lya Luft