Teste de 26 de janeiro de 2012
Ela mesma! Toni Morrison. Sei que já tinha postado coisas dela, mas não resisti. Nessas férias eu mergulhei de cabeça no livro mais importante da autora. O que lhe rendeu o Pulitzer de 1988: Amada. O primeiro da trilogia que ainda inclui outros dois títulos: Paraíso e Jazz.
Em Amada, Toni conta a história de Sethe, ex escrava que foge da fazenda onde vivia para encontrar com seus filhos que já tinham partido primeiro. Ela estava grávida de Denver, a filha que nasceu durante a fuga de um jeito muito milagroso.
Anos depois, as duas são as únicas moradoras da casa onde se passa boa parte da história e recebem a visita de um homem que conheceu e trabalhou com Sethe na fazenda de onde fugiu. A chegada de Paul D inicia uma série de acontecimentos que transformam a vida das duas. É uma história belíssima na qual Toni explora, de um jeito sempre único, a experiência da mulher negra e escrava nos EUA, no final do século XIX.
Mas o trecho que publiquei no Poesiômetro mostra um momento igualmente maravilhoso, em que o foco está sobre outro tipo de experiência: a do homem. Na ocasião, Paul D se lembra de uma conversa que teve com outro escravo, Seiso, quando ele lhe explica porque se apaixonou pela mulher dos Cinquenta Quilômetros. Agora, enquanto Paul D observava Sethe, a mulher a quem tanto amava, entendia o que Seiso estava dizendo. "É bom quando se encontra uma mulher que é amiga da sua cabeça". Quando lhe junta os pedaços e lhe devolve tudo junto. Era desse amor que Paul D precisava e pelo qual andou buscando, mesmo sem saber, por longos anos de vida castigada. Toni é demais mesmo!